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C A S O T E C A
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Volta Redonda é uma cidade que foi emancipada em 1954, tempos depois de ter sido escolhida para a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, criada pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1941.
A cidade cresceu à sombra da companhia mesmo anos depois da privatização da empresa, a cidade mantém uma alta dependência dessa grande empresa, que representa, em média, 33% do PIB da cidade e ainda detém mais de 10% da mão de obra, o que concedeu o título de cidade do aço e de cidade operária.
Com pouco investimento em diversidade econômica a cidade fica muito vulnerável a qualquer oscilação do mercado industrial além de afetar a qualidade do emprego, o meio ambiente e o desenvolvimento do município.
No passado, ocorreram tentativas de diversificar a economia com a criação de parques empresariais com objetivo de fomentar a economia mas ainda assim insuficientes para atender e absorver toda oferta de mão de obra.
O problema identificado foi que os trabalhadores mais jovens não encontram sentido e não possuem interesse em trabalhar na área da metalurgia, e mesmo os que desejam trabalhar nessa área muitas vezes não são contratados pela empresa pois ela não absorve toda a oferta de mão de obra.
Com isso, o desemprego e a evasão de pessoas, muita das vezes evasão de mão de obra qualificada eo consequente esvaziamento de poder intelectual e técnico e também a ausência de pertencimento à cidade foi um dos gargalos identificados.
O cenário encontrado foi de uma cidade diante de uma nova realidade que é a era da tecnologia e toda mudança de mercado que isso envolve. Todo esforço da administração municipal foi direcionado no sentido de diversificar a atividade econômica e gerar novos empregos, para que isso acontecesse, pesquisamos e percebemos que muitos jovens possuem alto interesse na área da tecnologia e os que ainda desconhecem, tem grandes chances de sucesso no mercado de trabalho quando se especializam nessa área. Munidos dessas informações, montamos o projeto CWVR que teve por objetivo fomentar a diversificação econômica da cidade, nosso público-alvo foram os jovens estudantes ou recém formados mas aberto também para toda população que tivesse interesse.
Buscamos além de incentivar a abertura de novas empresas em variados segmentos, uma mudança cultural sendo a primeira cidade da região onde o poder público investiu em espaços compartilhados e apoio à startups, um espaço pensado para não ser apenas espaços ocos', mas sim em espaços multifuncionais, dinâmicos e completos. Investindo e oferecendo metodologia, suporte, consultoria e todo apoio para o nascimento e fortalecimento dessas empresas. E para oferecer toda essa estrutura completa, começamos estudando o que tinha de disponível no mercado, fizemos visitas técnicas em coworking e aceleradoras de startups, participamos de evento de lançamento de startups que apresentavam soluções para o poder público, buscamos apoio com as entidades como CDL e Sebrae e também com os grupos da sociedade civil organizada que foi a comunidade RioSul Valley.
Após esse estudo, começamos a desenhar as ações que serviram de base para o projeto, começamos com a formatação de um evento chamado de Ideathon, que foi pensado para estimular a participação de todos até mesmo de quem não conhecia nem a ideia do que fosse uma startup mas que tinhas boas ideias e veia empreendedora com vontade de fazer acontecer, nessa imersão de 28h os participantes tiraram a ideia do papel e transformaram em uma proposta de negócio que solucionava problemas do poder público.
Após esse evento as startups criadas puderam participar de um workshop fornecido pelo SEBRAE com gestão de negócios que preparou para o mercado essas empresas e então na etapa final que chamado de StartVR foram premiados e os premiados estariam cadastrados através do Edital Público para serem incubados e acelerados pela EPD - Empresa de Processamento de Dados.
Mudar a realidade de uma cidade inteira é muito complexo e leva tempo, mas o importante foi iniciar o projeto e plantar a semente da mudança. Conseguimos conectar grupos e entidades importantes da cidade, mostrar a importância da tecnologia até para os pequenos negócios, apresentar um mundo de oportunidades para os jovens estudantes, recém-formados e qualquer pessoa com vontade de usar a tecnologia para implementar sua mudança de vida. Realizamos visitas em todas as escolas técnicas da cidade, faculdades e disparamos para a rede pública de escolas o convite para participarem e conhecerem o evento.
Também foi amplamente divulgado na mídia, nos jornais impressos e on-line como também foram concedidas entrevistas nas rádios da cidade. Conseguimos através dos eventos realizados e de toda divulgação oferecer e empoderar os participantes em uma nova área, os vencedores da premiação final foram incubados e acelerados pela empresa EPD com apoio técnico do SEBRAE e da THEIA, totalizando 6 empresas atendidas nessa primeira fase.
Eu costumo dizer que esse curso foi um divisor de águas na minha vida, pois me abriu a mente em vários sentidos, por se tratar de um curso multidisciplinar que trouxe diversos professores de variadas áreas que trouxeram e compartilharam conosco visões de mundo e ensinamentos muito interessantes. Neste curso aprendi a não desperdiçar esforços e energia em locais ou pessoas que não ajudariam a implantar um projeto, aprendi a identificar as pessoas-chaves para buscar apoio, e como fazer isso também, aumentando a efetividade do projeto. Aprendi que é preciso ter um grupo multidisciplinar para um melhor resultado final de um projeto, pois cada um pode contribuir baseado em suas experiências e percepção do problema. Tivemos acesso a ferramentas de projetos, como elaborar um projeto, com calendário, com objetivos e métricas bem estabelecidas, afinal, o que não se mede não se muda.
Thaís Oliveira
Líder MLG
C A S O T E C A
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