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C A S O T E C A
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Em 2014 a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o direito das mulheres a higiene menstrual como uma questão de saúde pública, e de direitos humanos. A ONU estima que 1 (uma) em cada 1O (dez) meninas falte a escola durante o período menstrual. No Brasil esse índice é ainda pior. Segundo pesquisa realizada pela Always, no Brasil, 1 em cada quatro mulheres já faltou aula por não poder comprar absorventes. Aproximadamente metade delas (48%), tentaram esconder que o motivo foi a falta de absorventes e aproximadamente 45% acreditam que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar.
Três em cada quatro mulheres afirmam que o período menstrual tem um impacto muito negativo na sua confiança pessoal. Para meninas que não tem acesso a absorventes, o impacto na confiança é ainda pior e cria um ciclo vicioso: ao faltar as aulas elas ficam prejudicadas nos trabalhos escolares,
deixando de participar de atividades que ajudam a aumentar sua confiança e habilidades (35%, por exemplo, deixaram de praticar esportes e sentiram muita vergonha pela falta de produtos menstruais na escola).
Ao todo são cerca de 14 mil meninas em idade menstrual, de 09 a 15 anos, matriculadas na rede municipal de ensino de Serra, Espírito Santo, cerca de 10% da população.
Em decorrência da vulnerabilidade social, meninas e mulheres recorrem a métodos inseguros para conter o próprio sangue, como papel higiênico, jornais, roupas velhas, miolo de pão, etc., ficando expostas a riscos para a saúde, como infecções bacterianas. Ressalta-se que a devida higiene no período menstrual é uma questão de necessidade básica e dignidade humana.
Diante disso, a iniciativa realizou uma parceria com o Projeto Territórios em Rede, da empresa Vale, cujo objetivo é a diminuição da evasão escolar, apresentando um recorte dos bairros mais vulneráveis, considerando os indicadores de homicídios, gravidez na adolescência, internação no sistema socioeducativo, violência contra as mulheres e IDEB, que foram validados com o mapeamento realizado pelo projeto.
Também foram realizadas palestras para promoção da auto estima e saúde das mulheres e distribuição de kits para atender meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade.
Com a parceria firmada, houve um mapeamento das famílias vulneráveis e o atendimento de cerca de 500 famílias que receberam kits de absorventes íntimos.
Gracimeri Gaviorno
Líder MLG
C A S O T E C A
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